domingo, 26 de setembro de 2010

Conselho dos Velhos Sábios astecas

Agora que já olhas com teus olhos,
percebe.
Aqui, é assim: não há alegria,
não há felicidade.
Aqui na terra é o lugar de muito pranto,
o lugar onde se rende o fôlego
e onde bem se conhece
o abatimento e a amargura.
Um vento de pedra sopra e se abate
sobre nós.
A terra é lugar de alegria penosa,
de alegria que fere.

Mas ainda que assim fosse,
ainda que fosse verdade que só se sofre,
ainda que fossem assim as coisas na terra,
haverá que se estar sempre com medo?
haverá que se estar sempre tremendo?
haverá que se viver sempre chorando?

Para que não andemos sempre gemendo,
para que nunca nos sature a tristeza,
o Senhor Nosso nos deu
o riso, o sonho, os alimentos,
nossa força,
e finalmente
o ato de amor
que semeia gentes.

Retirado do livro Memórias do Fogo I, do escritor uruguaio Eduardo Galeano.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

A man for all seasons

Esse é o nome de um filme, traduzido aqui como: O homem que não vendeu sua alma, ou, Um homem para a eternidade (Portugal). Vale a pena assistir! Conto aqui uma cena especial:

A cena
Uma discussão se trava entre Thomas More (personagem principal) e um de seus funcionários, corrupto e imoral. Este claramente quer destruir a imagem e a honra de More. Assistem a discussão sua mulher, sua filha e seu genro, um rapaz jovem e idealista.
Seu genro não aceita que More deixa que o funcionário corrupto vá embora, mesmo sabendo que irá traí-lo e desmoralizá-lo perante todos. Seu genro, idealista, se indigna, e segue o seguinte diálogo com More.
 (More é o primeiro interlocutor)
"(...)
- Até o Diabo pode sair, se não infringir a lei.
- Agora dá ao diabo o benefício da lei!
- Sim, e você o que faria? Passaria por cima da lei para perseguir o Diabo?
- Sim. Derrubaria todas as leis da Inglaterra!
- E depois de derrubar a última lei, com o Diabo à sua frente, onde se esconderia, com todas as leis derrubadas?  Este país está pejado de leis, de costa a costa. Leis do homem, não de Deus. Se as derrubasse, e é o homem ideal para o fazer, acredita realmente que poderia manter-se firme ao vento que então sopraria? Sim! dou ao Diabo o benefício da lei a bem da minha própria segurança."

Trago este trecho pois não consigo ver fala melhor para ilustrar o que estamos passando no nosso país, principalmente no estado do Espírito Santo.
Segundo pesquisas nacionais nosso estado é dominado pela violência, tanto urbana quanto rural; já ganhamos recordes, figuramos como primeiro, segundo, terceiro colocado do ranking dos estados mais violentos do país. Estamos todos amedrontados? parece ser normal que estejamos. Mas, em época de eleição, algumas pessoas são trazidas por uma entidade superior a fim de nos auxiliar no que parece uma difícil empreitada. Essas pessoas, podemos ter certeza, são aquelas que  acabariam com todas as garantias de segurança que temos para ir atrás daqueles que eles acham estarem possuídos pelo bode preto, o coxo, o danado, o grão-tinhoso, o Demo! Para estes políticos os ladrões, os traficantes, os pedófilos e outros criminosos são pessoas que devem ser extirpadas do nosso convívio social e, para isso, devemos investir mais em segurança, presídios, armamentos, e, principalmente, em redução das garantias individuais dos criminosos. A mais em voga hoje na campanha eleitoral consiste em diminuir a maioridade penal dos adolescentes e prisão perpétua para criminosos acusados de pedofilia.
Nesta forte campanha midiática eleitoreira, penso e torço para que as pessoas não caiam no discurso de acharem que ao reduzir alguns direitos para uma determinada população, estaremos mais seguros e tranquilos. Ser cidadão de um Estado é saber que as garantias individuais não são para alguns, mas sim para toda a população, para toda a sociedade, e infringir estas garantias, ou retirá-las, é um passo para que estejamos mais controlados, mais alienados, um passo para outro regime ditatorial. Devemos fortalecer nossa democracia pois num possível regime de feição ditatorial, sem nossas garantias individuais, daremos o total poder ao Estado para nos guiar e nos proteger dos indesejáveis, assim, não precisaremos gastar nossa saliva nem nossos neurônios para debater o tema da violência. Nem sequer perguntaremos porque ela existe, pois o Estado estará lá para nos dizer o porquê.
Suportemos o peso da violência sem esquecer de nós mesmos, não tomemos iniciativas drásticas no presente para não nos comprometermos num futuro próximo. E em época de campanha eleitoral,  tomemos cuidado com aqueles que aparecem com jargões ou até mesmo fantasiados com colete a prova de balas, eles prometem soluções imediatas mas, geralmente, suas propostas estão em discordância com o princípio democrático de proteção às liberdades e garantias individuais de Todos os cidadãos.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

José e seu pequeno tribunal pessoal

"Julgamento é sempre defeituoso, porque o que a gente julga é o passado"
Assim fala o personagem principal, Riobaldo, de Guimarães Rosa em Grande Sertão Veredas.
Esta sentença tem a qualidade de mexer sobremaneira no modo como nós enxergamos a dinâmica dos fatos em nossa vida. Acontece um fato, você logo qualifica aquele fato como sendo bom, ruim, justo, injusto até mesmo qualifica-o como indiferente. Mas como qualificar um fato como sendo justo ou injusto e amanhã não poder mais enquadrá-lo nesta classificação? é... viver é muito perigoso.  
Vamos tentar dar um exemplo com uma estória.
José, morador de rua, acha uma carteira recheada de carne, ops, de dinheiro, me desculpe. Íntegro em seus valores, José procura o dono da carteira a fim de devolve-la. Ele não sabe ler mas sabe que outros sabem, e, por isso, vai até uma lanchonete e pede para a atendente ver se descobre quem é o dono da carteira. A atendente não consegue entrar em contato mas afirma conhecer o dono pois ele comumente lancha naquele local e o aconselha gentilmente a deixar ali a carteira a  fim de que ela mesma possa entregar. Preocupado com o destino da carteira, José não aceita a proposta, pois na verdade, ele só pode confiar em seus atributos de honestidade e não nos outros. Como poderia confiar em alguém que ele não conhece? Bom, eis a questão! Se ele não pode confiar em alguém que ele não conhece, é bem capaz de ele ter de convir que outras pessoas possam não confiar nele também, e, ao achar que é normal isso acontecer percebe que sua retidão, sua integridade não são atributos que ele pode atribuir a si mesmo, mas apenas atributos que os outros os dão. 
José depois de procurar mais dois lugares e receber a mesma resposta gentil de deixar a carteira a ser entregue ao possível cliente assíduo, sente fome e decide gastar um tostão da citada carteira recheada em um supermercado.Ele, maltrapilho, ao entrar em um supermercado com um grande bolo de dinheiro é logo detido pelos seguranças e posteriormente preso pela polícia. Espera dentro da delegacia três meses até ser transferido para uma casa de custódia, onde fica dois anos preso sem ser processado. No terceiro ano de prisão é condenado a cumprir pena em regime semi-aberto, e, enfim pode voltar para o lugar de onde nunca queria sair: a rua.
José estranhamente sente que seus companheiros de rua já não o olham da mesma maneira, percebe até mesmo olhares diferentes dos transeuntes da rua. Será que é psicose sua? José está vendo coisas que não existem? ou será que existe? As pessoas o julgam como criminoso, elas enxergam nele o criminoso - aquele a quem deve ser culpado os altos índices de criminalidade. É assim que eles o olham, e, principalmente, é assim que ele se olha. 
"Julgamento é sempre defeituoso, porque o que a gente julga é o passado"
José, analfabeto, inaducado, quem será educado ou esclarecido o suficiente para saber lidar com seus julgamentos sobre si mesmo?

Um poema

para todos aqueles que não tem nome, vida. Apenas estatísticas. Nós.

Morte do Leiteiro
Carlos Drummond de Andrade


Há pouco leite no país,
é preciso entregá-lo cedo.
Há muita sede no país,
é preciso entregá-lo cedo.
Há no país uma legenda,
que ladrão se mata com tiro.
Então o moço que é leiteiro
de madrugada com sua lata
sai correndo e distribuindo
leite bom para gente ruim.
Sua lata, suas garrafas
e seus sapatos de borracha
vão dizendo aos homens no sono
que alguém acordou cedinho
e veio do último subúrbio
trazer o leite mais frio
e mais alvo da melhor vaca
para todos criarem força
na luta brava da cidade.
Na mão a garrafa branca
não tem tempo de dizer
as coisas que lhe atribuo
nem o moço leiteiro ignaro,
morados na Rua Namur,
empregado no entreposto,
com 21 anos de idade,
sabe lá o que seja impulso
de humana compreensão.
E já que tem pressa, o corpo
vai deixando à beira das casas
uma apenas mercadoria.
E como a porta dos fundos
também escondesse gente
que aspira ao pouco de leite
disponível em nosso tempo,
avancemos por esse beco,
peguemos o corredor,
depositemos o litro...
Sem fazer barulho, é claro,
que barulho nada resolve.
Meu leiteiro tão sutil
de passo maneiro e leve,
antes desliza que marcha.
É certo que algum rumor
sempre se faz: passo errado,
vaso de flor no caminho,
cão latindo por princípio,
ou um gato quizilento.
E há sempre um senhor que acorda,
resmunga e torna a dormir.
Mas este acordou em pânico
(ladrões infestam o bairro),
não quis saber de mais nada.
O revólver da gaveta
saltou para sua mão.
Ladrão? se pega com tiro.
Os tiros na madrugada
liquidaram meu leiteiro.
Se era noivo, se era virgem,
se era alegre, se era bom,
não sei,
é tarde para saber.
Mas o homem perdeu o sono
de todo, e foge pra rua.
Meu Deus, matei um inocente.
Bala que mata gatuno
também serve pra furtar
a vida de nosso irmão.
Quem quiser que chame médico,
polícia não bota a mão
neste filho de meu pai.
Está salva a propriedade.
A noite geral prossegue,
a manhã custa a chegar,
mas o leiteiro
estatelado, ao relento,
perdeu a pressa que tinha.
Da garrafa estilhaçada,
no ladrilho já sereno
escorre uma coisa espessa
que é leite, sangue... não sei.
Por entre objetos confusos,
mal redimidos da noite,
duas cores se procuram,
suavemente se tocam,
amorosamente se enlaçam,
formando um terceiro tom
a que chamamos aurora.

domingo, 12 de setembro de 2010

O Indivíduo, a globalização e o conflito.

O Indivíduo

Um pastor. Seu nome é Jones e é responsável por dirigir cerca de 50 fiéis nos EUA. Pelo que tudo indica, Jones é uma pessoa excêntrica, considerada estranha na comunidade em que mora. 
Um dia Jones tem um sonho: ele está no meio dum grande palanque, enorme, conclamando a todos a seguirem a palavra de Deus, mas, por mais estranho que pareça, em seu sonho ele é mais do que um pastor de uma pequena comunidade local, ele é o pastor de um país inteiro e tem todos os habitantes de seu país, até mesmo o seu presidente, como seu fiel seguidor. Ao acordar, Jones não lembra por completo de seu sonho, mas tem gravado muito bem em sua mente a cara negra de seu presidente. Ela mostra o fascínio e o deleite pelas palavras do pastor. O presidente é o seu maior seguidor religioso. 
Neste dia Jones em sua pregação diária para seus 49 fiéis - pois um deles estava com uma grave dor de barriga - tem a maior idéia que já lhe passou pela cabeça: resolve mostrar sua magnitude queimando um pequeno livro, considerado sagrado por uma religião considerada por ele como inimiga.

A globalização

Carlos, mecânico, indiano, passa por uma rua de bicicleta a caminho de sua casa, numa pequena comunidade dentro dos EUA, quando vê sinais de fumaça saindo de uma pequena igreja.
Preocupado, decide entrar para ver o que está ocorrendo e vê Jones, um pastor americano que tem como fiéis cerca de 50 seguidores, segurando uma grande tocha. Caso fosse mais desavisado, Carlos acharia que o pastor era um famoso ex-atleta responsável por carregar a tocha olímpica em seu país, mas bem que lembrou que este ano não é ano de olimpíada. Estranhado com aquela situação resolve perguntar para um dos fiéis que assistem a pregação para ver o que está ocorrendo, e eis que recebe a seguinte resposta:
"A grande tocha acabará com todo o mal, Deus e o nosso grande presidente negro estão do nosso lado."
Carlos, que é hinduísta, não entende o que aquele rapaz de grandes olhos vidrados quer dizer com aquilo, mas prevendo que aquilo poderia acabar mal, por desencargo de consciência, liga para os bombeiros alegando ter uma grande tocha de fogo dentro  de uma igreja o que poderia ocasionar um desastre local. 
 Um dia depois, numa pequena notícia de rodapé de um jornal local, sai o acontecido: "Pastor é detido ao atrapalhar o trabalho dos bombeiros. Pelo que tudo indica, o pastor, achando que mataria o diabo ao queimar alguns livros da religião islâmica, quase colocou fogo em sua igreja. Testemunhas confirmam o depoimento do pastor e ainda conclamam a presença do digníssimo presidente da Repúbica para celebração do ato de fé".

O conflito

Uma semana se passou quando toda a população americana já estava por dentro dos acontecimentos e mais: Jones chamou a todos para um grande ato público, a ser feito em cada cidade americana , conclamando a todos que mandem o diabo para aquele lugar, que aliás nunca deveria ter saído. A maior fogueira será realizada na comunidade de Jones e terá transmissão via internet, ao vivo, para todo o mundo. 
Acontece que diferentemente do que havia pensado Jones, o grande líder negro, presidente do país, suplica para que Jones se exima de realizar o pretendido "em nome da paz mundial". 
Jones considera isso um absurdo: Paz mundial, com estes livros sendo vendidos, emprestados, lidos?!
 Isso nunca chegará a existir, somente ele, o pastor das 50 cabeças de ovelha, é o responsável pelo futuro da humanidade; ele sonhou com isso, ele quer isso, ele sabe disso. 
Do outro lado do mundo manifestações de protesto, ódio e rancor se espalham. Agora quem quer fazer a cópia da tocha olímpica e queimar o livro do demônio são os do lado de lá. Dizem que o fogo é a unica forma de acabar, desintegrar, extirpar todo o mal que se instaurou em nosso mundo desde que aquelas palavras foram escritas a 2010 anos atrás, e mais, quem se opor a isso será considerado infiel e, portanto, inimigo mortal. 
Jogam pedras uns nos outros. 
Atiram uns nos outros.
Cagam um em cima do outro. 
É guerra. 
Queimam-se todos os livros, tanto do lado de cá, quanto do lado de lá, e enquanto não houver fogueira suficiente para engolir todas as palavras contidas nestes livros, a guerra não cesseará. Os analistas dizem que não será a maior fogueira a grande arma decisiva para vencer a guerra mas sim aquele que tiver maior capacidade de compra e fabricação de livros. Já é comprovado, desde então, a superioridade do livro como armamento, pois, somente ele tem em si, a própria idéia encarnada do mal. Ele é o mal. Joguemos todos eles na grande fogueira da ignorância. 

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Notícias de Hoje

- Governador, Presidente do Tribunal de Contas e Secretário de Segurança Pública, todos do Amapá são presos pela Polícia Federal - Presidente do Tribunal de Justiça governa o estado;
- Soldados americanos colecionavam dedos de civis afegãos como troféus (quanta barbaridade, tomara que prendam eles em guantânamo); 
- Nova lei do agravo é sancionada pelo presidente Lula - promete agilizar a lesma de nossos processos; 
- Srta. Bárbara Leite, faz aniversário na data de hoje, pelo que parece, completa seus 25 anos com muita saúde e força revolucionária - aguenta mundão!
- meu querido primo Nicius fez, também, um blog - aqui vai o link - http://serparasi.wordpress.com/
- E, por último, não poderia deixar de dizer, o almoço no RU está cada vez mais saboroso - já é considerado uma das melhores refeições universitárias do país - a delícia!
Por favor, não fiquem esfomeados após lerem isto, pode acabar causando alguma indigestão noturna.
Um grande abraço!

Boa noite

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Um caso de amor

Bom,

existem inúmeros livros literários no mundo inteiro, e, destes inúmeros, a maioria coloca a temática do amor e da paixão como elemento central da narrativa e, por vezes, quando não aparece como elemento central, aparece como algo secundário mas de maneira importante para o desvendar de toda a trama. Enfim, esta temática parece ser central nos livros, penso que é central pois é central também na nossa vida.
Um escritor chamado João Guimarães Rosa, em seu livro Grande Sertão Veredas, conta a estória de um amor peculiar: um amor de um jagunço por outro. Com certeza que Guimarães Rosa era uma pessoa além de bastante criativa, um grande escritor, mas me impressiona como ele consegue colocar a temática do amor de uma forma tão impressionante quanto colocou o escritor colombiano Gabriel Garcia Marques em Amor nos Tempos do Cólera.
A estória parece ser bastante simples: a vida de um menino sertanejo que decide virar jagunço. Esta passagem de um personagem para outro se dá principalmente pelo seu reencontro com um colega de infância chamado Diadorim. Desde que se encontraram pela primeira vez, como as histórias de amor gostam de serem começadas, eles se apaixonam um pelo outro de uma maneira natural. Ao se reencontrarem quando adultos, Riobaldo, personagem principal da estória, decide entrar no mundo do sertão como jagunço principalmente para se aproximar mais de Diadorim. Seu amor ao longo da história parece ser algo inevitável e uma contradição da própria existência do personagem. Afinal de contas, jagunço não é cabra macho? como se apaixonar e amar por alguém do mesmo sexo? Mesmo assim, Riobaldo continua a marcha narrativa com desejos, vontades e uma grande amizade por Diadorim.
Bom, o desfecho para a grande estória de amor não poderia ter terminado de outra forma - Diadorim morre nos braços de Riobaldo conhecido já como Urutú Branco chefe dos jagunços. A morte transforma um amor impossível de ser concretizado em sua plenitude por um amor verdadeiro e incondicional quando Riobaldo, ao limpar o corpo de Diadorim, descobre que este sempre fora uma mulher.
Aquele rosto com traços tão belos descritos pelo autor ao longo do livro e aqueles lindos olhos verdes não são de um homem, mas sim de seu grande amor, o amor que descobriu quando criança e foi se realizar no universo do perigoso sertão.
O autor coloca a possibilidade do amor pleno pelos dois apenas com este destino inevitável: a morte. Depois da morte de Diadorim, Riobaldo consegue finalmente alcançar sua liberdade ao poder amar incondicionalmente, mas apenas em sua memória. A morte veio para tornar possível um amor impossível e conseguir colocar o personagem em paz, sem contradições ou atribulações, enfim, feliz.